19/04/2021

19/04/2021

Android com recolha de dados sem autorização

A Apple e Google recolhem dados sobre os dispositivos iOS e Android, mesmo quando os utilizadores escolhem não enviar dados.

Um novo estudo feito aos dados que são enviados pelos smartphones Android e iPhones para a Google Apple revela um cenário que infelizmente já se tornou ao ponto de já nem parecer "nada de especial". Estes equipamentos enviam dados identificativos mesmo quando os utilizadores não aceitaram enviar qualquer informação, com os dispositivos iOS a enviarem uma maior variedade de dados, mas os Android a enviarem bastante mais quantidade (até 20 vezes mais que os iPhones).

O estudo monitoriou o comportamento de dispositivos Android e iOS em cenários como: o primeiro arranque depois de um reset de fábrica, quando se insere ou remove um cartão SIUM, quando o smartphone está parado sem interacção, quando se acede à secção dos settings, quando se activa / desactiva a localização, e quando se acede à App Store / Play Store. E os resultados não foram nada animadores para os defensores da privacidade, com muitos dados a serem enviados mesmo quando os utilizadores seleccionaram que não queriam enviar dados.
Curiosamente, a Apple - que se assume como protectora da privacidade dos utilizadores - acabou por ser apanhada a recolher mais dados do que os dispositivos Android, recolhendo coisas como a localização dos equipamentos, endereço IP local, e todos os dispositivos WiFi nas proximidades - para além de coisas como o IMEI, cartão SIM, telemetria. No entanto, o Android acaba por compensar isso enviando informação com muito maior frequência:
  • Durante os primeiros 10 minutos após se ter ligado um Pixel, este enviou 1MB de dados para a Google; enquanto os iPhones enviaram apenas 42KB de dados para Apple
  • Quando deixados quietos, o Pixel envia 1MB de dados para a Google a cada 12 horas; enquanto o iPhone envia apenas 52 KB no mesmo período.

Tanto a Google como a Apple desvalorizam este estudo, dizendo que se tratam de dados que acabam por ser essenciais para o funcionamento dos equipamentos e que não colocam em causa a privacidade dos utilizadores, mas o que é certo é que isto nos deixa num cenário idêntico ao que o Windows 10 ajudou a popularizar, em que a anterior opção de "não enviar dados / enviar dados" passou a ser "enviar muitos dados / enviar menos dados"; e este parece ser um cenário para o qual se torna cada vez mais difícil escapar, independentemente das "boas intenções" que os fabricantes digam ter para recolherem esses dados.

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