Um bom smartphone, tem obrigatoriamente de ser equilibrado a todos os níveis. De nada serve um ecrã com alta resolução, se o processador não o conseguir acompanhar. Para quê um processador de topo, se a bateria não tiver capacidade suficiente para o alimentar? E tudo isto sem pisar o risco, com o preço a ter de se manter dentro dos padrões actualmente estabelecidos.
A gama média é talvez a mais interessante em termos de desafio para os fabricantes de smartphones. Há que avaliar com exactidão qual o impacto de todos os componentes de hardware, sem que se descure a parte do software.
Cada marca pode puxar um pouco mais pelos aspectos que considera relevantes para o consumidor, esperando que a sua aposta esteja em linha com aquilo que estes consideram efectivamente importante. A bateria tem sido um dos aspectos que de forma recorrente é aposta das marcas, com os modelos "Max" a fazerem parte do portefólio de produtos de vários OEM. As câmaras são outro dos elementos que muitas vezes é colocado em destaque, sobretudo na parte das selfies, ainda bastante em voga.
Os ecrãs FullHD+ são já norma, não havendo nada que apontar, pois esta resolução é suficiente para garantir uma boa qualidade de imagem dentro daquilo que é por agora a bitola dos ecrãs, com uma dimensão até 6,x". O AMOLED já chegou à gama média e até mesmo os sensores de impressão digital sobre o ecrã, começam a marcar presença neste segmento de mercado.
Os processadores, desde o lançamento dos Snapdragon 632 e 660, passaram a apresentar um nível de desempenho muito interessante para os equipamentos de gama média, tanto média baixa (200-300€), como média alta (300-400€), com os núcleos Kyro a disponibilizarem um aumento de desempenho até 40%, face os processadores da geração anterior.
Concorrência ao rubro na gama alta
MediaTek primeiro e a Samsung e Huawei posteriormente, têm vindo a tentar garantir um lugar ao sol, mas a Qualcomm não lhes tem dado a mínima chance, mantendo um domínio incontestado, com uma superioridade notória em termos de desempenho e consumo energético.A MediaTek, o patinho feio do mundo dos processadores, tem paulatinamente levado a água ao seu moinho, aproveitando o mercado criado pelo contingente chinês low cost. As melhorias em termos de desempenho são inegáveis, assim como a redução do consumo energético, conseguindo de alguma forma fazer esquecer o comportamento errático do GPS, que tantas vezes era alvo de críticas por parte dos utilizadores.
Este cenário tem contudo todos os ingredientes para ser alterado, pois o MediaTek Dimensity 1000 (MT6889) promete ombrear com o Snapdragon 855+ e o A13 da Apple, deixando igualmente para trás o Kirin 990 da Huawei e o Exynos 9820 da Samsung. Sendo certo que o Snapdragon 860 e o novo processador da Apple vão dar um salto em termos de desempenho, estão criadas as condições para haver mais e melhor oferta na gama alta.
Equilíbrio estende-se à gama média
A Huawei conseguiu nos últimos anos bater-se de igual para igual na gama alta, como os seus Kirin 980 e 990 a estarem ao nível dos Snapdragon 845 e 855, mas no caso da gama média, o seu Kirin 710 mostrou que ainda havia muito trabalho por fazer, ficando longe do desempenho do Snapdragon 710 da Qualcomm.Havia assim um vazio na gama média, que de forma algo inesperada acaba por ser preenchido com a apresentação não de um, mais sim vários concorrentes para se baterem com o Snapdragon 765G da Qualcomm. Na verdade, todos os players têm nesta altura em carteira um processador capaz de disponibilizar um desempenho ao nível de um gama média-alta, algo que não era de todo esperado, pelo menos de uma forma transversal, com MediaTek, Huawei e Samsung a estarem prontas a se baterem com a Qualcomm.
Num teste no AnTuTu, o Exynos 980 com 332541 pontos ,bateu o Kirin 810 e o Snapdragon 765G, mas o primeiro lugar ficou reservado para o MediaTek MT6885, que superou a concorrência obtendo 379839 pontos. Haverá contudo que contar com a superioridade que as GPU Adreno continuam a deter sobre as propostas Mali, com a parte gráfica a pender para o lado dos Snapdragon da Qualcomm, algo que também acontece nos processadores para a gama alta.
A gama média sai assim reforçada, com os OEM a terem alternativa aos processadores da Qualcomm, que terá assim novos motivos para melhorar o desempenho das suas propostas para a gama média.
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