Hoje em dia há mais motivos que nunca para que os pais sintam necessidade de impor certos limites de utilização de smartphones e tablets; mas as crianças demonstram também a sua criatividade nas formas que encontram para contornar essas restrições.
Os pais têm à disposição ferramentas que permitem dizer que apps os seus filhos podem utilizar, e por quanto tempo. Mas, como se poderá imaginar, isso acaba por ser encarado como um desafio por quem se vê no outro lado dessas restrições; e não será boa ideia subestimar a sua capacidade para superarem o problema.
Temos um excelente exemplo, de um pai que tinha limitado o uso que o seu filho de 9 anos podia dar ao seu iPhone, limitando o tempo que podia passar em determinadas apps. Uma excepção era o programa Messages, para que pudesse comunicar com os pais em qualquer circunstância... e que se tornou na solução inesperada que o seu filho utilizava: quando chegava ao limite de tempo do YouTube, passou a partilhar os links dos vídeos no "iMessage", que permitia ver os vídeos directamente, escapando ao controlo do tempo passado a ver vídeos.
I’m a responsible parent so I use the controls on iOS to limit screen time on the old iPhone my 9-year old uses. A white-listed exception is iMessage; he’s worked out he can send someone a YouTube vid then watch it in iMessage to circumvent the control. So proud 😅 pic.twitter.com/XyD0rq4YpQ— Troy Hunt (@troyhunt) April 27, 2019
Mas as soluções criativas não se ficam por aqui. Outro pai conta que a sua filha dava uso à capacidade de fazer capturas do ecrã em vídeo para gravar vídeos completos do YouTube, passando a armazená-los na sua galeria de fotos. Assim, tinha acesso aos vídeos sempre que desejava, sem necessidade de usar o YouTube nem sequer gastando dados (depois de os ter gravado a primeira vez).
My daughter recorded the screen while in YT and stored it in Pictures. iCloud dutifully offloaded big files and let her stream her big collection of YT screen recordings on demand.— Øyvind Hansen (@oey2000) April 29, 2019
... No meu tempo, a maior tentativa de contorno a restrições parentais passava por descobrir o código de 4 algarismos que o pai de um vizinho colocava no videogravador VHS para que não se mexesse nele. Obviamente, não há código que resista a um grupo de miúdos determinados, e numa questão de dias a ir tentando todos os códigos de 0000 a 9999 (brute-force ao seu melhor estilo), lá conseguimos o tão desejado acesso.
Portanto, quem é que pode culpar os mais pequenos por agora fazerem exactamente o mesmo que os seus pais faziam no seu tempo? :)
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