29/01/2019

29/01/2019

Análise ao Nokia 3.1 - um low budget que acabou por surpreender pela positiva


A HMD tem criado uma família bastante diversificada de smartphones Nokia, que vão dos topo-de-gama ao extremo mais económico, e hoje vamos ver que tal se comporta o Nokia 3.1.


O Nokia 1 tinha tudo para ser um smartphone altamente recomendado, mas o preço de venda à altura da publicação da nossa análise acabou por penalizar decisivamente a avaliação do equipamento. Quando nos foi proposto testar o Nokia 3.1, aceitámos o convite de imediato, pois havia curiosidade em verificar se as boas indicações deixadas pelo Nokia 3 teriam sido aplicadas no novo modelo, ou se pelo contrário, a HMD teria cometido os mesmos erros apontados ao Nokia 1.

Depois de algumas semanas a utilizar este smartphone da HMD, podemos dizer a marca fez um bom trabalho, apostando numa solução que se enquadra perfeitamente no segmento de mercado em que o Nokia 3.1 se enquadra.


O Nokia 3.1


Embora se trate de um equipamento de linha de entrada, a HMD apresenta o mesmo tipo de empacotamento de outros modelos mais dispendiosos, o que acaba por ser uma opção interessante e ajuda a construir uma imagem de qualidade junto do consumidor.


Dentro da caixa de cartão, temos o smartphone em primeiro plano.


Por baixo deste, a documentação de referência e os acessórios. Não há lugar a luxos, com a HMD a limitar a oferta a uns simples auriculares, cabo micro USB e um carregador. Este último também está longe de impressionar, disponibilizando apenas uma relação de carregamento de 5V/1A.

Em termos de construção, a HMD não fez grandes poupanças, com o smartphone a transmitir uma sensação de grande qualidade quando na mão do utilizador. O corpo é bastante sólido e um anel metalizado em volta do ecrã dá um toque de requinte ao equipamento.


Do lado direito, o botão de power é por cima deste, os botões de volume.


Do lado esquerdo, uma opção bastante curiosa, com a HMD a optar por disponibilizar um adaptador para os dois cartões SIM e um segundo adaptador para um cartão micro SD, o que permite a utilização dos três cartões em simultâneo.


Na margem superior apenas a entrada para uma ficha de 3.5mm.


Na parte inferior, a coluna para saída de som, a porta micro USB e um microfone.


Na frente, na margem por cima do ecrã, encontramos uma câmara, sensores e a coluna para chamadas de voz. Na zona inferior, apenas uma grande margem sem utilidade prática. Esta área foi em tempos utilizada para apresentar os botões físicos, mas com a sua substituição pelos virtuais, acabamos por ficar com um espaço sem utilização, pelo menos na parte exterior.



Na traseira, um microfone e por baixo deste, uma saliência com uma câmara e respectivo flash. Mais abaixo, também num posicionamento central, o logótipo da Nokia.


Em termos de hardware, temos o mínimo exigido a um equipamento de gama de entrada, onde só poderá ser apontada a ausência de um sensor de impressões digitais, algo que hoje em dia já se tornou banal até nos equipamentos mais económicos.

Este Nokia 3 vem equipado com um processador MediaTek MT6750 octa-core, 2GB de RAM e 16GB para armazenamento (na versão disponível no nosso mercado), um ecrã de 5.2" com resolução 720 x 1440 pixels numa relação 18:9 (densidade de ~310 ppp), rádio FM e bateria de 2990 mAh. Em termos de câmaras, conta com sensores de 13 MP, f/2.0 na traseira e 8 MP, f/2.0 na frente.



Em utilização


Como seria de esperar de um smartphone deste segmento, o funcionamento acontece sem grandes correrias. Tudo se passa de forma pausada, mas mantendo uma fluidez aceitável, sendo que para isso se recomenda manter apenas uma app de cada vez em memória. A multi-tarefa não é a área onde Nokia 3.1 se sentirá mais conforável. O processador é minimamente competente para navegar na internet, consultar as redes sociais e até mesmo jogar, desde que não se tratem de jogos demasiado exigentes.



O armazenamento é lento, o que acaba por prejudicar o desempenho do smartphone, principalmente nas acções de escrita. É uma das limitações do smartphone, com os 16GB a serem divididos entre a instalação do Android e os restantes conteúdos a armazenar.





O Android One é naturalmente uma mais valia, com o Nokia 3.1 a não apresentar apps pré-instaladas de utilidade questionável. A interface não apresenta alterações em relação ao que a Google disponibiliza, o que contribui para uma boa experiência de utilização.

Este Nokia 3.1 corre nesta altura Android 8.1 Oreo e tem um patch de segurança de... Janeiro! Quando temos topos de gama com actualizações de segurança com vários meses de atraso, ver a HMD a manter um modelo da gama de entrada com um patch de segurança actualizado é algo digno de registo. Salienta-se ainda o facto de o Nokia 3.1 ter actualização garantida para o Android 9 Pie, algo que por certo não não irá acontecer para a quase totalidade dos smartphones no mercado.


A câmara


Na app da câmara emos a interface habitual nos smartphones Nokia, com duas zonas de ícones. À esquerda, de cima para baixo, selecção da câmara (frontal/traseira), controlo do flash, modo HDR, temporizador e efeito embelezamento. No canto inferior esquerdo, um ícone que além do acesso às definições, permite escolher o modo panorama e o manual.


Do lado direito, o botão de disparo, acompanhado pelo acesso à galeria de fotos e pelo modo vídeo. Um gesto de slide horizontal no ecrã permite igualmente alternar entre o modo foto e vídeo.

Em termos de qualidade, temos um conjunto de câmaras limitado mas dentro do que se pode exigir a um equipamento que se insere no segmento de entrada.


Apreciação final



O segmento de entrada está repleto de opções, mas os compromissos que são necessários para conseguir um preço competitivo acabam muitas vezes por dar origem a um equipamento que se torna impossível de utilizar sem causar um ataque de nervos. Neste caso, o processador MT6750 da MediaTek acaba por ser uma opção interessante, cumprindo naquilo que se pode esperar de um equipamento para navegar na internet, consultar as redes sociais e até mesmo jogar, embora com as devidas limitações (e os 2GB de RAM também contribuem para isso). A bateria também justifica alguns cuidados no caso de uma utilização intensiva. Numa utilização regular, é suficiente para um dia de utilização. Acresce ainda o facto de ser leve e apresentar um excelente nível de acabamentos, o que lhe permite oferecer um conforto de utilização superior ao que é habitual neste segmento.


O Android One é uma mais valia, pois não apresenta extras que sobrecarreguem o sistema, ao mesmo tempo que possibilita a disponibilização de actualizações de forma mais célere (caso a marca assim entenda). No caso deste Nokia 3.1, temos actualização garantida para o Android 9 Pie e um patch de segurança super-actualizado com data de Janeiro. É algo que é digno de registo e que garantidamente não terá igual noutros equipamentos de gama de entrada - ou até mesmo de gama média, arrisco-me a dizer.

Com um preço na casa dos 130€ (ou até mesmo menos na Amazon aqui do lado), é um smartphone a ter em conta,por quem procura um equipamento para uma utilização não muito exigente. É por isso merecedor de um distinto "Quente".



Nokia 3.1
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Quente


Prós

  • Qualidade de construção
  • Android One

Contras

  • Desempenho "limitado"
  • Velocidade de escrita
  • Armazenamento limitado

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