Não querendo criar ainda mais expectativas sobre o seu prometido smartphone com ecrã dobrável, a Samsung revelou finalmente aquilo em que esteve a trabalhar: o ecrã dobrável Infinity Flex.
A apresentação soube a (muito) pouco, pois a Samsung fez questão de não mostrar demasiado o dispositivo em questão, já que o objectivo era apresentar apenas a tecnologia do ecrã. O smartphone em si estava propositadamente camuflado para não revelar detalhes sobre como a marca estará a implementar a "dobradiça", que será uma peça crítica destes modelos.
Este Infinity Flex é um ecrã dobrável de 7.3" (1536x2152 pixeis) que se dobra segundo um eixo vertical, como um livro, com o ecrã a fechar-se sobre si mesmo. Por isso mesmo, é acompanhado por um ecrã secundário de 4.58" que fica na parte exterior, com formato bastante "esticado" (21:9 - 840x1960 pixeis).
Se com o ecrã aberto temos um mini tablet que se pode consider razoável, na parte exterior não fico muito convencido quando à existência de enormes molduras na parte superior e inferior do ecrã, especialmente numa altura em que os consumidores se vão habituando à ausência das mesmas.
Mas, claro que por muito importante que seja a parte do hardware, é indispensável que tudo isto conte com suporte do software para se tornar prático e funcional. A Samsung remodelou por completo o seu interface, revelando o One UI. Para além de se acomodar aos diferentes formatos de ecrã, este interface foca-se na facilidade de utilização, mesmo com uma só mão, puxando os elementos de interacção para baixo, para que fiquem ao alcance dos dedos.
E, para que não se cometa o mesmo tipo de coisa que aconteceu com os notches, onde os fabricantes tiveram que desenrascar as suas próprias soluções (só com a chegada do Android 9 Pie é que o Android passou a ter suporte oficial para os notches a nível de sistema), desta vez a Google revela que o Android estará apto a lidar com ecrãs dobráveis, lidando automaticamente com a alteração do formato do ecrã em tempo real, quer seja utilizando um único ecrã dobrável, ou transitando a informação para um ecrã secundário no exterior.
É uma excelente notícia (que nos faz regressar aos tempos dos PadFone da Asus, onde este tipo de suporte teria sido bem vindo - mas mais vale surgir, mesmo que 8 anos atrasado, do que nunca), mas há que manter também alguma cautela: é que, como os tablets Android têm demonstrado, a ideia de que as apps "magicamente" serão capazes de adaptar a ecrãs grandes não funciona tão bem na prática quanto por vezes nos querem fazer crer.
Por outro lado, sem dúvida que seria bem vindo (embora algo caricato), que fosse graças aos smartphones dobráveis que os developers dessem finalmente mais atenção às apps Android para tablets...
Quanto a datas, a Samsung diz apenas que o seu smartphone dobrável chegará em 2019; e quanto a preços, nem sequer se falou nisso. Mas sabendo-se que este primeiro smartphone dobrável será um modelo que marcará a entrada numa nova geração, é de esperar que tenha preço a condizer.
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