Depois de toda a pompa e circunstância dada seu lançamento, e toda a insistência forçada para que fosse utilizado, o Google+ chega ao fim com uma morte inglória, representando um dos maiores falhanços (oportunidade perdida?) da Google.
Depois de ter sido indicado como sendo o futuro da Google, o Google+ acabou por se tornar em algo que a Google estava desejosa de apagar da memória o mais rapidamente possível. Nada sinaliza melhor esse desprezo do que nem sequer lhe dedicar um artigo com a sua morte anunciada, que é referida apenas como um "extra" num artigo a falar do novo sistema de segurança de acesso às contas Google: o Project Strobe.
Nunca achei que o Google+ fosse um mau produto - pelo contrário, o seu sistema de eventos partilhadas era do melhor que havia; e não nos podemos esquecer que foi dele que nasceu o Google Photos, o que por si só será motivo de todos lhe ficarem gratos. O grande erro da Google foi não ter a humildade para permitir que os utilizadores aderissem por sua própria iniciativa, fazendo todos os possíveis para os obrigar a usar o serviço... erro que viria a ser fatal, criando um sentimento de revolta que afastou muitos utilizadores, que de outra forma até poderiam ter adoptado o serviço de livre vontade.
O resultado: a Google anuncia que irá encerrar o Google+ para os utilizadores ao longo dos próximos 10 meses, com morte prevista para finais de Agosto de 2019. O serviço irá permanecer em actividade para clientes empresariais, onde parece ainda contar com algum uso (entre os consumidores a Google refere que 90% das sessões têm menos de 5 segundos). Lá pelo meio, também descobrimos que havia um bug que dava acesso a dados dos utilizadores do Google+, mesmo que tivessem marcado essa informação como privada. Enfim... adeus Google+!
Quanto ao Project Strobe, é a resposta da Google ao problema bem real da necessidade de um sistema de controlo de permissões mais capaz que o actual. Por exemplo, actualmente uma app ou serviço que quisesse aceder a diversas áreas da nossa conta Google só contava com uma opção de aceitar tudo ou rejeitar tudo; e de agora em diante ficará mais próxima do sistema usado no Android, em que podemos aceitar o acesso a umas áreas, mas não a outras. E quando se der acesso ao Gmail, por exemplo, estaremos a dar um acesso limitado e reduzido, com o acesso completo a ser tratado de forma excepcional para alguns apps e serviços - conceito que também será aplicado a algumas permissões no Android (por exemplo, ter acesso a enviar SMS não permitirá que a app tenha acesso a todos os registos históricos de chamada).
... Não deixa de ser uma notícia onde se fica sem saber muito bem qual seria o propósito real... Já que tanto a morte do Google+ como o seu bug que revelava dados dos utilizadores são referidos de forma bastante casual... como se "não fosse nada"... Resta apenas esperar que este grande falhanço do Google+ tenha servido de lição à Google; e se assim for, poderá dizer-se que valeu a pena.
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