Depois do caso que revelou que a Google continuava a recolher a localização dos utilizadores mesmo que desliguem o histórico de localizações, surge um novo estudo que diz que um smartphone Android deixado quieto envia a sua localização para a Google 340 vezes por dia.
O estudo sobre os dados recolhidos pela Google tem como base os dados que a Google disponibiliza no seu Take Out, através do MyActivity e também da análise do tráfego entre smartphones e servidores, e embora não nos revele nada que não se saiba que é feito, não deixa de ser um pouco assustador ser-se confrontado com todos os dados.
Um dos exemplos mais marcantes é o de que um smartphone Android "suspenso" com o Chrome em background, continua a enviar quase um milhar de pedidos para serviços da Google num período de 24 horas, gastando cerca de 4.4MB por dia, sendo que 340 deles são referentes à sua localização (uma média de 14 por hora). Como termo de comparação, um iPhone em circunstâncias idênticas com o Safari faz apenas uma fracção dos pedidos - sendo que ainda assim a Google continua a receber informações, por intermédio da publicidade nas páginas web e outros serviços que disponibiliza.
Como dizia, é assustador mas não é propriamente novidade. A maioria dos utilizadores manterá o histórico de localizações activado, que mantém um registo de localizações bastante detalhado, que por si só já explicaria o envio da localização; mas o caso da Google é também único, no aspecto em que se trata de uma empresa "omni-presente" na internet, com inúmeras vertentes por onde consegue recolher dados:
Basta que uma página contenha publicidade servida pelo serviço da Google para que ela saiba que utilizador visitou que página e quando; e mesmo que uma página não apresente publicidade, pode usar o serviço de estatísticas da Google, com efeito idêntico; assim como as páginas AMP, ou outros serviços.
Mas mesmo que se tratasse apenas do serviço de localização, um simples passeio a pé de 15 minutos numa área residencial gerou 9 pedidos de localização à Google, que enviaram cerca de 100 identificadores de redes WiFi públicas e privadas, que são utilizadas para determinar a localização do dispositivo e também aferir se o utilizador estará a andar a pé, de bicicleta ou de carro.
Quando se diz que nos serviços gratuitos é o utilizador que é o produto, espreitar a imensa quantidade de dados que a Google recolhe sobre nós (e o Facebook, e muitos outros que o tentam fazer) ajudará a perceber até que ponto isso é verdade. Isto não significa que não se deva ir a correr tentar desactivar todas as opções que se possam... significa apenas que se tem que estar consciente do que se está a "pagar" para ter acesso a esses serviços.
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