Um mercado sem concorrência tende a estagnar. A ausência de competição levou a que a Qualcomm acabasse por relaxar, ficando o desenvolvimento dos processadores muito a baixo do que se poderia esperar de um líder de mercado.
A aposta da Huawei no Kirin da HiSilicon e em certa medida, os progressos conseguidos pela Samsung com os seus Exynos, obrigaram a que a Qualcomm saísse da sombra da bananeira.
Com o Kirin 970, a Huawei conseguiu pela primeira vez bater o desempenho dos Snapdragon da série 800, com a Qualcomm a responder à altura com o Snapdragon 845. Espera-se agora pela apresentação do Kirin 980, para se verificar como vai ficar esta contenda.
A Qualcomm não tem vindo só a apostar na gama alta, tendo apresentado no ano passado os Snapdragon 660 e 636, sendo que este último acabou por ser uma agradável surpresa, ao encurtar a diferença de desempenho que o separa do 660.
Kirin 710 vs Snapdragon 710
Com o Snapdragon 710, a Qualcomm veio subir ainda mais a fasquia, apresentando um processador com um processo de fabrico de 10nm. Tem dois núcleos Kryo 360 Gold (2.2GHz) e seis Kryo 360 Silver (1.7GHz), baseados nos núcleos Cortex-A75 e A55, respectivamente. Este arranjo com os Kyro 360, permite segundo a Qualcomm, um ganho de 20% face ao disponibilizado pelos Kyro 260, com núcleos Cortex-A73, que encontramos no Snapdragon 660.
É aqui que reside o problema da Huawei com o Kirin 710, pois este é produzido num processo de fabrico de 12nm e tem 4 núcleos Cortex-A73 (2.2GHz) mais 4 núcleos A53 (1.7GHz). O processador utilizado pela Huawei fica a perder duplamente no processo de fabrico e na tecnologia dos núcleos.
Há ainda que contar com o desempenho da GPU, área onde a Qualcomm tem levado a melhor, com os GPU Adreno a superarem largamente o desempenho dos GPU Mali. No caso em questão, o GPU ARM Mali-G51 MP4, terá de se bater com a GPU Adreno 616, que encontramos no Snapdragon 710. Como fica patente nos resultados do AnTuTu, o poder de processamento da GPU Adreno 616, supera largamente a GPU Mali-G51.
A diferença de desempenho entre o Kirin 710 e o Snapdragon 710 fica assim demonstrada, mas ainda que salientar outro facto importante. Pese embora o Kirin 710 ainda esteja longe do desempenho do gama média da Qualcomm, acaba por apresentar um significativo aumento de performance, face ao disponibilizado pelo Kirin 659, mostrando uma clara evolução no processador produzido pela HiSilicon.
Tendo em conta a luta feroz que temos nos processadores de gama alta, é de crer no nos próximos meses tenhamos igualmente novidades para a gama média, com a Huawei a tentar encurtar esta distância que a separa da proposta da Qualcomm.
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