O Huawei P20 Pro há muito que vinha a gerar grande curiosidade devido à opção da marca em adicionar uma terceira câmara - que levantava naturais dúvidas sobre se se justificaria face às câmaras duplas - e agora que chega ao mercado... fica demonstrado que foi mesmo uma boa aposta.
O Huawei P20 Pro
O Huawei P20 Pro é um smartphone que vem equipado com um ecrã de 6.1" (2244x1080) com recorte no topo, CPU Kirin 970, 6GB de RAM, 128GB, câmara tripla de 40MP + 20MP (mono) + 8MP (telefoto), câmara frontal de 24MP, bateria de 4000mAh e Android 8.1 com EMUI 8.1.
Na caixa encontramos o mínimo que seria esperado num modelo topo de gama: um carregador rápido SuperCharge, cabo USB-C, earphones, e adaptador USB-C para ficha 3.5mm - já que também este modelo se despede dessa ficha (e já que estamos a falar das coisas em falta, também está ausente o habitual slot para cartões microSD).
Em termos de design não se pode dizer que o P20 Pro seja um modelo particularmente bem conseguido, embora tenha uma qualidade de construção ao nível do que melhor se pode fazer actualmente.
A opção por um ecrã "quase full screen" é bem vinda, e a Huawei esforçou-se por reduzir o "notch" ao mínimo, mas esse esforço é parcialmente traído pelo facto de se continuar a ter uma margem inferior significativa, onde está alojado o botão / sensor de impressões digitais. Embora seja fã dos sensores de impressão digitais à frente... sem dúvida que isto melhor teria ficado num sensor integrado no próprio ecrã, tal como a Huawei fez no Mate RS.
Outra opção algo estranha, pelo menos neste modelo que testamos, é a aplicação de origem de uma película de protecção no ecrã - algo que não é muito comum nesta gama de produtos, e que nos faz perguntar se estaremos perante uma repetição do que se passou com o Huawei P10, cujo ecrã inicialmente veio sem tratamento olefóbico, que só veio a ser aplicado nas unidades lançadas mais tarde.
[P20 Pro cresce um pouco face ao P10]
Em funcionamento
Recorrendo ao Kirin 970 já conhecido do Mate 10 e assistido por 6GB de RAM, o P20 Pro não tem problemas em lidar com todo o tipo de apps sem qualquer dificuldade e sem que se notem hesitações. É o desempenho que se esperaria de um topo de gama, e o facto de estarmos a lidar com um Android 8.1 através da EMUI 8.1 não se revelada demasiado intrusiva.
No launcher de origem temos acesso ao Google Feed no ecrã à esquerda, tal como qualquer fã de Androids "puros" aprecia; e o acesso ao Google Assistant está sempre à distância de um toque prolongado no home button (infelizmente ainda sem acesso ao Google Lens, que está prometido há alguns meses).
De resto, o EMUI dá-nos imensas opções de configuração que se tornam úteis. Para além de permitir escolher entre a tradicioal app docker do Android ou ter as apps todas no Home Screen (à iOS), temos várias opções relativas à utilização do notch. Uma delas permite esconder o notch deixando aquela secção com fundo a preto.
Outra permite-nos escolher se queremos utilizar os tradicionais botões virtuais de navegação no ecrã, uma tecla de navegação virtual, ou então usar navegação através de gestos no home button (que pessoalmente é a que me parece mais funcional e desocupa completamente o ecrã). Neste caso, temos um toque rápido para fazer "back", um toque longo para fazer "home", um gesto de deslizar lateral dá acesso às apps recentes, e um deslizar de baixo para cima no ecrã chama o Google Assistant.
Outras opções recomendáveis para se libertar espaço na barra de estados: podemos esconder o nome do operador (que só por si, ocupa demasiado espaço), e quem gostar de ter a percentagem da bateria, pode optar por mostrá-la dentro do próprio icon da bateria em vez de estar ao lado.
Mas passemos à parte que interessa e que é o grande ponto diferenciador deste P20 Pro.
A câmara tripla do P20 Pro
Pois é... depois de se ter juntado ao grupo das câmaras duplas com o P10, numa curiosa opção de sensor a cores + sensor monocromático, a Huawei não só reformulou os sensores como adicionou uma câmara extra, novamente em parceria com a Leica.
O P20 Pro vem com uma um sensor principal de 40MP (a cores) + 20MP (mono) + 8MP (telefoto). Sistema que lhe permite combinar o melhor de todos os sistemas existentes: tem sensor monocromático para melhorar a qualidade em baixa luminosidade e tem sensor com lente telefoto para maiores detalhes na secção principal da imagem e ou fazer zoom óptico sem perda de qualidade.
Importa referir que, embora se possa ter acesso às fotos com resolução de 40MP, a opção mais recomendada é usar a resolução de 10MP. Neste modo, o P20 Pro consegue fazer o melhor aproveitamento do sensor (agrupando blocos de 4 pixeis, para além da informação fornecida pelos outros sensores) para nos dar imagens de excelente qualidade.
Excelente também a utilização do sistema "AI" para detectar o tipo de coisa que se está a fotografar, fazendo com que em 99% das situações, seja mesmo apenas uma questão de pegar no smartphone e tirar a foto sem qualquer preocupação adicional em seleccionar o modo ideal. O P20 Pro reconhece mais de uma dezena de situações diferentes, que vão dos close-ups aos retratos, das fotos de por do sol às fotos de comida, tratando de tudo automaticamente - com os resultados a serem visíveis no ecrã (por exemplo, nos closeup ele muda de lente). Ainda assim, continua a ser possível dizer que não queremos esse modo, e tratarmos nós do assunto, havendo também um modo Pro à disposição em que podemos controlar manualmente todos os parâmetros.
Nos modos principais temos o modo de abertura variável, nocturno (onde podemos ter exposições que vão até perto de 1 minuto), retrato, fotos (com sistema AI), vídeo, pro - e ainda um menu de opções extra onde encontramos o modo monocromático, panorâmico, digitalização de documentos, time lapse, pintura de luz, entre outros...
[Esta foto do céu nocturno foi com exposição de quase um minuto - a olho nú só se viam 2 ou 3 estrelas...]
Teremos mais alguns artigos dedicados exclusivamente à câmara do P20 Pro e onde também mostraremos o seu modo vídeo HD de 960fps. :)
Apreciação final
Numa era em que a maioria das melhorias nos smartphones é apenas "evolutiva", não é fácil ser-se surpreendido por algo que se faça destacar. Este P20 Pro começou por não me cativar particularmente em termos de design (embora, como se costuma dizer, "gostos não se discutam") e ainda estou à espera que a Huawei me explique porque motivo o bloco das três câmaras consiste num bloco de "2+1" em vez de ter as três juntas numa única protuberância.
No entanto, logo que o ecrã AMOLED se acende e, particularmente, se começa a dar uso à câmara fotográfica... é difícil resistir. Se em quase todos os smartphones que já testei é normal ter que repetir algumas fotos para ficarem "bem", neste P20 Pro arrisco-me a dizer que, entre as muitas centenas de fotos que tirei, acho que não encontrei uma única que tivesse ficado "mal"!
Embora se trate de um smartphone que custe 900 euros, parece-me que a Huawei conseguiu garantir a sua posição para todos aqueles que procuram a melhor câmara num smartphone e estão dispostos a pagar por isso. Alie-se a isso a fantástica autonomia que permite com facilidade dois dias de utilização intensiva (com alguma moderação facilmente se chega a 3 dias)... e temos a receita completa para este P20 Pro sair daqui com um super escaldante! :)
Huawei P20 Pro
Escaldante
Prós
- Qualidade da câmara
- Qualidade de construção
- Desempenho
- Autonomia
Contras
- Botão frontal vai "contra" design full-screen
- Sem carregamento wireless
Galeria de imagens
Huawei P20 Pro
Aberto até de Madrugada
Escaldante (5/5)
0 comments:
Enviar um comentário