09/03/2018

09/03/2018

Dandara


Dei por mim a pensar no meu querido Commodore Amiga 500, e o prazer que era jogar alguns dos melhores jogos da minha vida usando um joystick. Isto tudo por culpa de um novo jogo que foi lançado há pouco tempo na Play Store que me transporta para esses tempos. Estou a falar de Dandara da Long Hat House, publicado pela Raw Fury, responsáveis pelo espectacular Kingdom: New Lands, e que agora trazem um novo sucesso para as consolas, computador, Android e iOS.


Este é um jogo que nos chega do Brasil, não fosse ele inspirado numa lenda brasileira sobre Dandara, uma guerreira negra, uma escrava que lutou ao lado do povo no período colonial, utilizando os seus conhecimentos de capoeira.

Da mesma forma que na lenda, temos aqui o mundo de Salt à beira do colapso, onde os seus cidadãos vivem isolados e oprimidos por uma espécie de ditadura que vai destruindo tudo e todos, até que aparece um raio de esperança, uma heroína, um messias de seu nome Dandara, que vem para salvar esse mundo.


Este é um jogo de plataformas Metroidvania, com um aspecto retro do melhor que já se viu para Android, com os seus gráficos pixelizados, mas com alto detalhe e animações, excelentes efeitos de luz e sombras, efeitos paralax através de janelas, etc, etc.

Não é difícil imaginar-me a jogar alguns dos melhores jogos do mesmo género no Amiga 500, porque é mesmo o feeling que este jogo me transmite, se tivesse um joystick na mão este jogo era perfeito para perder horas e horas a explorar este grande mundo de Salt. 


Mas voltando ao mundo do Android, os controlos deste jogo estão simplesmente fantásticos. Controlar Dandara é a coisa mais natural do mundo, e é perfeito para ser jogado no ecrã de um telemóvel. Um joystick virtual de um lado do ecrã para fazer pontaria e levando Dandara a sair disparada quase como um tele-transporte de um local para o outro, e do outro lado um joystick para activar um disparo sobre os inimigos ou objectos.

A curva de aprendizagem é relativamente curta, e a nossa entrada no mundo é progressiva, podendo ir experimentando os controlos de forma faseada, primeiro em como mover a nossa heroína, depois como atravessar portas, depois como disparar sobre os inimigos, etc.


Dandara porta-se como uma deusa bem poderosa, pois não obedece à gravidade, e pode flutuar e saltar de parede em parede (desde que haja sal na sua superfície para ela se agarrar). Tanto pode ser uma parede, como pode ser o tecto, que num instante o jogo dá uma volta de 90º ou 180º ficando tudo de lado ou de pernas para o ar.

Como se trata de um jogo estilo Metroidvania, podem contar com muita exploração de todas as secções do jogo (há um mapa muito útil para vermos quais as zonas por onde já passamos), e claro haverá sempre secções onde teremos que voltar quando conseguirmos obter algum novo poder ou capacidade que nos permita abrir novas portas, deitar uma parede abaixo, ou activar certas caixas mágicas que desbloqueiam novas secções do jogo.


A narrativa vai-nos mantendo agarrados e interessados em tudo o que se passa à nossa volta, encontrando personagens interessantes que nos revelam segredos e os tais poderes para avançarmos ainda mais fundo no mundo de Salt. Mas acho que é mesmo o gozo que é mover Dandara a toda a velocidade através do mundo aquilo que nos mantém completamente entusiasmados com o jogo.

Há acampamentos onde podemos hastear uma bandeira, para que se morrermos, possamos reiniciar a partir dessa localização. E é neste acampamento que podemos visualizar um glossário que explica o que são muitos dos items que vamos encontrando em Salt, e também onde podemos ir melhorando as capacidades de Dandara (especialmente os seus corações, porque vamos perder muitos, e bem depressa).


O jogo pode começar a ficar bem difícil lá mais para a frente, pois teremos cada vez mais armadilhas nas superfícies, mais inimigos, plataformas móveis, e até os temíveis chefes que nos obrigarão a tentar uma e outra vez até apanharmos o jeito. Mas regra geral, depois de um primeiro encontro ou dois, e percebermos qual é o seu modus operandis, não há nada que não se ultrapasse com alguma concentração e destreza.

Com um detalhe incrível nas várias zonas da cidade que vamos atravessando, passando por florestas e zonas mais avançadas ao nível tecnológico, Dandara é um espectáculo visual incrível, e com a sua jogabilidade super suave e intuitiva, este é um jogo que vão querer experimentar, de preferência num telemóvel, que os controlos para o ecrã são mesmo espectaculares. Vejam aqui um vídeo de apresentação do jogo, e preparem-se para abrir os cordões à bolsa, que o único senão é ser um jogo um pouco caro (€14,99), mas completamente merecido para um jogo desta qualidade.



Por Bruno Ramalho

0 comments:

Enviar um comentário