As App Stores vieram facilitar o acesso aos conteúdos... mas simultaneamente tornam-se num perigoso entreposto que se torna num alvo apetecível para a censura e outras formas de manipulação.
Lembram-se do tempo em que instalar um programa era sinónimo de pegar numa caixa com CDs e procurar entre o arquivo dos programas que se tinha morosamente descarregado da internet (no tempo em que ligar à internet implicava que mais ninguém em casa pudesse fazer um telefonema)? Hoje em dia será difícil relembrar como as coisas eram, e todos agradecemos o facto de, quando se quer algo, bastar ir à "store", pesquisar pela app pretendida, e clicar num botão - sem sequer ser necessário preocuparmos-nos com as questões do pagamento.
Só que, do outro lado da comodidade... vem a susceptibilidade a influências externas e à censura.
Recentemente assistimos ao desaparecimento da app no New Your Times da App Store na China, e a Rússia fez desaparecer a app do LinkedIn tanto da App Store como da Play Store. E o facto da China ter começado a exigir o registo das app stores que operem no país apenas serve de confirmação que este tipo de controlo passará a ser mais apertado no futuro. Toda e qualquer app que seja considerada indesejada poderá ser facilmente bloqueada com um único pedido; e se em sistemas como o Android ainda é possível aos utilizadores instalarem apps de forma directa, contornando a "loja", em dispositivos iOS a porta fica definitivamente fechada (a não ser que estejam dispostos a fazer jailbreak.)
A única parte positiva de tudo isto é que, à custa destes abusos se tornarem mais frequentes e recorrentes, ganhará maior visibilidade a luta pelo direito de se poder instalar o que se quer e não apenas o que nos deixam. Talvez venha até a servir para promover mais o recurso a web apps, que seriam praticamente impossíveis de bloquear (nem que fosse recorrendo ao Tor ou outras formas de comunicação segura ou disfarçada).
Publicado originalmente no AadM
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