O gosto pelos gadgets faz com que muitas vezes tenha que lidar com o surrealismo da nossa alfândega, e hoje venho partilhar mais um caso que mostra o ridículo a que se pode chegar, cobrando quase tanto de taxas como o valor do smartphone.
Precisamente para evitar toda a encrenca que é tentar explicar à alfândega que os fabricantes me enviam produtos para testes ou passatempos, sem que eu os tenha comprado (a inexistência da prova de pagamento é a principal causa dos episódios surreais com que me deparo) tenho optado por pedir que as marcas cobrem um valor simbólico.
Mas claro que isso também tem os seus problemas... pois a alfândega não gosta de ver produtos com preços reduzidos, o que a faz "inventar" valores.
Neste caso em concreto trata-se do Oukitel U20 Plus que temos para oferecer, e que infelizmente a marca optou por me enviar por DHL. Ora, é certo que a DHL é bem simpática e expedita a tratar de todo o processo... o problema é o valor que cobram pelo seu serviço, principalmente quando se tratam de produtos de valor relativamente reduzido.
Com o smartphone a ter sido disponibilizado pelo valor simbólico de 30 dólares (mais portes), estava garantido que a alfândega não aceitasse o valor apresentado na factura. Em resposta ao seu pedido sobre o valor comercial indiquei que o mesmo estava disponível por 90 euros em lojas online.
Mas, a alfândega portuguesa parece não acreditar nem nos links em que pode clicar para verificar o preço; e por isso, em vez de assumir o valor de 90 euros, decidiu que o valor aduaneiro seria de 103,04 euros, sobre o qual será cobrado 31.84 euros de IVA (dá praticamente 31% de IVA... vá-se lá perceber porquê).
Claro que o problema não são apenas estes 31.84 euros, mas sim o complemento dos 29.10 euros (+ 6.69 euros de IVA) cobrados pela DHL, que fazem com que o valor total a pagar, por um smartphone de 90 euros ascenda aos 67.63 euros!
É certo que proporcionalmente este não é o pior caso que já por cá passou. No caso da Mi Band 2, um produto de 27 euros acabou por pagar 45 euros de taxas e despesas (que no entanto foram reembolsadas pela loja).
Claro que quando somos nós a poder escolher onde comprar, se dará preferência às lojas que têm métodos de envio que evitam a passagem pela nossa alfândega, sendo o desalfandegamento feito em países onde o processo funciona de forma mais simpática, ou que disponibilizem seguro de cobertura de todas as despesas. Mas quando se trata de lidar directamente com os fabricantes, que fazem a cortesia de disponibilizar produtos para oferecermos nos passatempos, fica complicado explicar porque motivo se tem que pagar tais balúrdios por algo "dado".
Publicado originalmente no AadM
Este tipo de problemas só acontece com a DHL.
ResponderEliminarA DHL tem um serviço de desalfandegamento com custos algo elevados e sempre que detecta que o produto que vão entregar é um smartphone e vem sem os direitos de alfandega pagos, avisa sempre a alfandega, de forma a poder cobra-nos os serviços deles.
A alfandega aqui é a menos culpada, a DHL sim, é a verdadeira culpada, pq tenta obter lucro de serviços, que não precisavamos.