Mais de três meses após o cancelamento oficial do Galaxy Note 7 e início da recolha das unidades que estavam no mercado, a Samsung vem finalmente revelar as conclusões sobre a investigação que tentou apurar a origem do problema, apontando o dedo às baterias.
As teorias sobre o que poderia ter causado o problema eram muitas, mas uma das que parecia mais credíveis era a que apontava o dedo a um problema de design, em que não haveria espaço físico suficiente para acomodar a expansão das baterias de lítio. Mas, para uma empresa multinacional enfrentando um embaraço de milhares de milhões de dólares, a explicação tinha que ser acompanhada por relatórios técnicos, sendo precisamente isso que a Samsung fez.
A investigação pode pecar por ter demorado demasiado tempo a dar frutos, mas importa revelar que inicialmente a Samsung já tinha tentado perceber porque motivo alguns Galaxy Note 7 estavam a incendiar-se, e não tinha conseguido chegar a qualquer conclusão. Para além do mais, a determinação da real origem do problema é de importância fundamental, para garantir que o mesmo não se volta a repetir no futuro. E neste caso, a investigação determinou que a culpa está em falhas no processo de fabrico das baterias.
Que o problema estaria nas baterias já todos sabiam, mas a investigação dissecou as baterias e revela que foram detectadas várias falhas, como falta de isolamento entre elementos internos e contactos internos dobrados e mal posicionados, tendo sido este último factor o mais crítico e que terá levado aos Note 7 na maioria dos incidentes. Mais incrível é que estes problemas foram detectados tanto nas baterias produzidas pela própria Samsung como também nas que foram fabricadas por outro dos seus fornecedores - o que faz suspeitar que a verdadeira causa do problema estivesse nas características exigidas pela Samsung, em termos de capacidade de carga e dimensões da bateria, levando as coisas ao (ou melhor dizendo: para além do) limite.
O que é certo é que a Samsung avança com um plano com 8 pontos que tentará prevenir que tais incidentes se repitam no futuro e, nas medidas de segurança a vários níveis, vemos precisamente a referência ao "design do hardware", referindo "apoios à volta da bateria" para lhe dar maior protecção - o que de certa forma valida a teoria acima referida.
Estes resultados surgem validados por várias entidades independentes e reputadas, como a TUV, UL, e Exponent. Sendo que agora, o que faz falta é demonstrar que isto não se repete nos próximos smartphones - tendo o Galaxy S8 a missão secundário de fazer esquecer todo este incidente. No entanto... o facto da Samsung ter adiado a sua apresentação alguns meses, faz suspeitar se isso não poderá estar relacionado com a necessidade de revalidar a segurança das suas baterias com base nos resultados desta investigação.
Publicado originalmente no AadM
0 comments:
Enviar um comentário