21/10/2016

21/10/2016

Mini Metro


Depois de 1 ano de grande sucesso no Steam, eis que chega finalmente ao Android o excelente Mini Metro da Dinosaur Polo Club, um jogo de estratégia e simulação, onde temos de desenhar as linhas do metro para conectar as várias estações e assim gerir o trânsito das pessoas numa cidade.


O jogo tem um aspecto bem minimalista, por isso não esperem encontrar a complexidade visual de um Sim City, mas é exactamente nesta simplicidade que o jogo ganha muitos pontos, da mesma maneira que o divertido e simpático Pocket Trains. Dá para perceber isto logo no início do jogo, onde escolhemos uma cidade como Londres (famosa pelo seu London Tube e as bem conhecidas palavras "mind the gap"), e aparecem-nos apenas 3 figuras geométricas no mapa e um rio a atravessar a cidade a meio.


A ideia é ligar estas diferentes figuras com uma linha do metro, bastando para isso deslizar o dedo de uma figura para a próxima, e assim sucessivamente, até termos uma carruagem a navegar para trás e para a frente através destes pontos, transportando pessoas. Os passageiros aparecem representados por uma pequena forma geométrica escura do lado da estação (círculo, triângulo, quadrado, etc), que indica qual a estação para a qual querem viajar (a que estiver mais próxima).


Não há cá tutoriais nem ajudas, apenas uma pequena indicação animada daquilo que devemos fazer para arrancar o jogo, e a partir daí é ir jogando para perceber a mecânica de tudo isto. Mas posso adiantar algumas explicações (que não passam de opiniões no fundo). Imaginem que os círculos são as áreas residenciais onde vivem as pessoas, os triângulos os estabelecimentos comerciais, e os quadrados como se fosse o centro da cidade (estes bem mais raros que os primeiros, e igualmente mais desejados pelos passageiros). Irão aparecer também estações especiais, ainda mais raras, como uma cruz (a representar um hospital por exemplo), uma estrela, e por aí fora.

Temos portanto de manter as pessoas em movimento, levando-as para os seus destinos, com as linhas que vamos desenhando com o dedo, ligando as várias estações espalhadas pela cidade que vão surgindo a um ritmo certinho. E aqui a estratégia pode variar imenso de pessoa para pessoa, onde uns poderão criar sistemas circulares com uma linha a dar a volta inteira à cidade por fora, ou então em forma de grelha, com várias linhas a fazerem intersecção umas com as outras, certos que não tarda estaremos a fazer mudanças radicais para nos adaptarmos às novas estações que aparecem.


Em cima do lado direito temos um relógio que nos vai dando conta da passagem do tempo, e sempre que chegamos a segunda-feira, fechamos mais uma semana, e é-nos oferecido pela câmara mais algumas coisas para nos ajudar no transporte dos passageiros. Uma locomotiva por semana, e depois, aleatoriamente e para nós escolhermos, uma carruagem extra, uma linha nova, uma estação de interface (que permite ter mais passageiros à espera), túneis e pontes, etc.


O jogo conta com várias cidades à escolha (e cada uma delas será sempre aleatória quando reiniciada, assim como a posição das estações que vão surgindo aqui e ali), e há algumas que contam com grandes secções com água pelo meio, o que vai tornar a nossa tarefa bem mais complicada. Estações que apareçam separadas por água vão obrigar-nos a usar túneis ou pontes, o que irá estrangular com toda a certeza o movimento de passageiros de um lado para o outro, fazendo com que as estações se encham de gente.

Se as estações ultrapassarem um determinado número de pessoas em espera, aparece um pequeno círculo sobre a mesma, uma espécie de relógio, que vai contando durante quanto tempo a estação está com problemas, que se não forem resolvidos (os passageiros serem transportados dali para fora), perderemos o jogo. E é aqui que é contabilizada a nossa pontuação, dizendo-nos o número de dias que estivemos a operar, e quantos passageiros foram transportados (isto para competir nos rankings mundiais).


Deixo aqui algumas dicas para que não percam tempo a procurar online. Para adicionar uma estação a determinada linha, basta arrastar a linha com o dedo para cima dessa mesma estação, agarrando nela exactamente na secção que nos interessa ligar entre duas estações, ou então agarrando na parte em forma de "T", que será sempre o início ou o fim da linha. As linhas podem ser circulares, ou lineares, mas nunca podem ter ramos extra a saírem das mesmas.


Para apagar uma linha, basta segurar na secção que queremos eliminar, e arrastar para cima da estação que não queremos ver ligada (basta aguardar um segundo e vemos a animação de um círculo que nos dá a indicação que a ligação foi desfeita). Fazer alterações radicais na cidade pode ser problemático com o tempo a contar, por isso basta tocar no botão de PAUSE e teremos todo o tempo do mundo para o fazer.

Acho que no fundo não há nada como jogar algumas horas para começarmos a perceber toda a mecânica do jogo, e a ficar completamente viciados neste belíssimo jogo. O visual é bem minimalista, assim como a banda sonora, que se vai adaptando ao crescimento da cidade, inspirada em compositores como Philip Glass e Steve Reich.


Para quem joga à noite é possível activar um modo nocturno, que não chateia tanto a vista, como se pode ver na imagem aqui em cima, e existem ainda desafios diários numa cidade nova para estimular a competição entre jogadores de todo o mundo. Há também um modo onde as linhas ficam fixas, e não pode ser alteradas de nenhuma maneira. Digamos que é o modo difícil do jogo, e talvez o mais realista, porque na realidade as linhas de metro não podem ser alteradas.

O jogo foi lançado o ano passado no Steam para PC e Mac, e está disponível na Play Store por €4,99, o que é uma pechincha para todos os fãs de jogos de simulação e gestão de cidades. Vejam aqui em baixo o vídeo de apresentação do jogo para ficarem com uma ideia do que vos espera, e não se esqueçam: Mind the Gap!




Por Bruno Ramalho

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