17/10/2016

17/10/2016

A vida não está fácil para a Samsung e os problemas com o Note 7 podem ainda estar apenas a começar


Para além dos prejuízos directos do cancelamento do Galaxy Note 7 há quem alerte também para o potencial desastre ambiental, pois a Samsung já veio dizer que estes smartphones não serão recuperados, reparados, nem vendidos.

A Samsung terá fabricado 2.5 milhões de Galaxy Note 7 que agora terão que ser recolhidos e desmantelados, e essa operação não é nada simples, pois a maioria dos componentes não podem ser reaproveitados. É preciso também ter em conta que, segundo os dados da própria Samsung, o maior impacto ambiental de um smartphone (52.6%) tem a ver com o processo de pré-produção, que engloba a mineração dos componentes - e alguns analistas estimam que, os 150g de um smartphone comum representem cerca de 75kg de matérias primas necessárias para o produzir; valor que será certamente superior para o Note 7, considerando todo o hardware de última geração que dispunha.


Assim em contas rápidas, estaremos a falar em algo como 250 mil toneladas de matérias primas que não irão cumprir o propósito de ter utilidade durante vários anos... sendo um completo desperdício a todos os níveis: custo ambiental, custo de desenvolvimento, custo de distribuição... tudo para deitar fora.


E embora ainda falte esclarecer se o problema realmente está na bateria, se isso se vier a confirmar não deixa de ser igualmente constrangedor que se destrua um equipamento de topo por causa de um único componente. Seria o equivalente à Ferrari mandar uma série completa de automóveis para a sucata apenas por terem uma bateria defeituosa... e que também já vai dando origem a críticas de todos os fãs das baterias amovíveis, que dizem que se a Samsung tivesse mantido uma bateria amovível no Note 7, estaria o problema automaticamente resolvido (embora falte confirmar que o problema é mesmo a bateria - e se tenha que ter em conta que assim seria muito mais difícil ter um smartphone à prova de água.)

Seja como for, não deixará de ser pertinente a discussão sobre a facilidade/dificuldade de reparação dos dispositivos móveis actuais; e que tem seguido a tendência de que, à mínima avaria, se tenha que substituir o equipamento completo. Será mais uma das consequências deste incidente Note 7... que continuará a dar que falar durante muito tempo.

Publicado originalmente no AadM

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