As actualizações nos dispositivos Android (ou melhor dizendo: a falta delas) são um dos calcanhares de Aquiles da plataforma, mas a Google prepara-se para aumentar a pressão sobre os seus parceiros para que isso deixe de ser um problema.
Há muito que se sabe que, a propósito das actualizações, no campo dos Android existem os dispositivos Nexus e... "todos os outros". É mais que provável que qualquer dispositivo não Nexus não venha a receber qualquer actualização ao longo da sua vida útil, embora alguns fabricantes tentem os possíveis por fazê-lo - mas nem sempre conseguindo, e muitos sendo obrigados a quebrarem as suas próprias promessas.
Quando se compara contra a plataforma iOS da Apple, o seguinte gráfico é esclarecedor:
Enquanto que no iOS mais de 80% dos equipamentos está a utilizar a última versão do sistema operativo, no Android apenas 7.5% está na versão mais recente, com 35% a estarem na versão anterior, e mais de 50% usarem ainda versões mais antigas.
O problema no Android pode ser explicado por múltiplas vertentes, a começar pela enorme variedade e número de fabricantes; os muitos modelos que cada um deles produz; a incapacidades para os fabricantes (grandes e pequenos) manterem todos esses modelos actualizados; os dispendiosos testes de validação exigidos pelos operadores de telecomunicação; etc. etc. Mas mesmo com todos estes factores, a Google quer incentivar os parceiros a manterem os seus dispositivos Android actualizados, e também ataca em múltiplas frentes.
Com o Android N o processo de actualizações será ainda mais independente, com a separação de módulos do sistema operativo que visam facilitar o processo de actualizações; e para além disso, espera-se que a Google venha a revelar publicamente um documento interno que classifica os fabricantes quanto às actualizações que disponibilizam. É uma forma de "premiar" aqueles que se preocupam em manter os seus dispositivos actualizados... e indirectamente, servirá para penalizar aqueles que não fizerem parte desse grupo.
Vamos lá ver quantos mais anos serão necessários para que o gráfico da distribuição das versões do Android possa aproximar-se daquele que existe no iOS.
Publicado originalmente no AadM
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