19/05/2016

19/05/2016

Negócio chega ao mundo do malware


Quando se fala de malware muitas pensamos que isso é algo que afecta apenas um ou outro utilizador ou dispositivo, mas a verdade é que se trata de um negócio que funciona à escala global, e cuja dimensão arrisca a superar todos os outros tipos de crime organizado - e onde a concorrência e a reputação também são elementos críticos.

Algures nos recantos mais obscuros da internet, há locais onde prolifera o negócio da compra e venda de malware, e onde - tal como aconteceria com a compra de software legítimo - os interessados pesam os prós e contras para tentarem fazer o melhor negócio, considerando as funcionalidades que determinado malware permite, face ao preço que é pedido.

Em Março, o criador do GM Bot lançou uma nova versão, e decidiu triplicar o preço dos 5000 para os 15000 dólares. Este GM Bot é considerado um dos melhores malwares do mercado, mas também é dos mais caros, e esta subida de preço potenciou o surgimento de malware concorrente, a preços mais económicos. Nestes malware de primeira linha, temos capacidades que incluem coisas como interceptar e enviar SMS sem o conhecimento do utilizador, manter o WiFi e dados mobile ligados mesmo que o utilizador os queira desligar, impossível de remover via desinstalação, fazer chamadas, e até bloquear completamente o dispositivo (ecrã desligado, sem som, sem vibração) embora continue a executar os comandos remotos que lhe forem enviados.

Não deixará de ser curioso que para se tentarem destacar dos seus concorrentes, alguns dos criadores destes malwares oferecem coisas como actualizações gratuitas para correcção de erros, e alguns até já chegam ao ponto de vender o produto como "malware-as-a-service", em que os clientes pagam uma mensalidade para terem acesso sempre à última versão do malware.

Embora ainda não se tenha chegado a esse ponto, será inevitável que o mercado do malware para dispositivos mobile ultrapasse o do malware para PC, e isso é facilmente explicado por os nossos smartphones frequentemente guardarem dados ainda mais pessoais e de interesse para roubar (como o acesso a bancos online).

Publicado originalmente no AadM

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