14/11/2015

14/11/2015

Google vai limitar a escolha de hardware para o Android?


Parece que o Google quer atacar a uniformização do Android por múltiplas frentes, e se por um lado quer dar maior variedade de escolha aos fabricantes a nível dos componentes que podem usar, por outro lado quer que os fabricantes de chips criem chips mais compatíveis e com funcionalidades à medida do Android.
Embora não passem de rumores, parece que o Google está a contactar os maiores produtores de CPUs/SoCs no sentido de criar uma plataforma de hardware mais compatível e standard para o Android.

É certo que o Android pode correr numa infinita variedade de hardware mas isso, mais do que acontece com o Windows nos desktops, significa que muitas das vezes o software e o hardware não estão perfeitamente sintonizados para tirar o máximo rendimento. Uma falha que se torna mais evidente quando se olha para a plataforma concorrente da Apple, que faz os CPUs dos seus iPhones e iPads "à medida", assim conseguindo uma maior eficiência.

É que os SoCs que controlam os nossos smartphones e tablets podem ser vistos como pequenos puzzles onde cada fabricante pode adicionar diferentes módulos. O ponto central serão os CPUs, mas para além disso encontraremos dezenas de blocos dedicados a funções que vão do acesso à memória à encriptação de dados, co-processadores para os sensores, processamento para as câmaras, som, GPU, etc.


O problema é que não basta adicionar um (ou mais) módulos hiper-potentes a um chip para que o sistema consiga tirar partido dele - o sistema, neste caso o Android - tem que saber que ele lá está e dar-lhe uso; algo que normalmente tem que ficar a cargo das modificações que um fabricante fará ao Android, e que dificultará a sua actualização e manutenção no futuro (especialmente porque a maioria deste código costuma ser proprietário e não está disponível). É algo que o Google poderá estar a querer mudar, criando uma plataforma de hardware que especificará os tais blocos que os SoC deverão ter, e que facilitaria o processo de criação de smartphones com eficiência superior, assim como uma disponibilização de actualizações de forma mais célere e global.

Não será tarefa fácil convencer os fabricantes a apostar em chips standardizados quando, neste momento, a diferenciação é a aposta que fazem para tentar superar os seus concorrentes - mas sem dúvida que mais vale ter chips standards que possam ser aproveitados a 100%... do que ter chips cheios de funcionalidades extra, que podem nem estar a ser utilizadas da forma mais eficiente.

Publicado originalmente no AadM

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